junho 05, 2010

Caio F. Abreu

Tenho trabalhado tanto, mas penso sempre em você. Mais de tardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira assentada aos poucos, e com mais força enquanto a noite avança. Não são pensamentos escuros, embora noturnos. Tão transparentes que até parecem de vidro, vidro tão fino que, quando penso mais forte, parece que vai ficar assim clack! e quebrar em cacos, o pensamento que penso de você. Se não dormisse cedo nem estivesse quase sempre cansado, acho que esses pensamentos quase doeriam e fariam clack! de madrugada e eu me veria catando cacos de vidro entre os lençóis. Brilham, na palma da minha mão. Num deles, tem uma borboleta de asa rasgada. Noutro, um barco confundido com a linha do horizonte, onde também tem uma ilha. Não, não: acho que a ilha mora num caquinho só dela. Noutro, um punhal de jade. Coisas assim, algumas ferem, mesmo essas são sempre bonitas. Parecem filme, livro, quadro. Não doem porque não ameaçam. Nada que eu penso de você ameaça. Durmo cedo, nunca quebra.

- Trecho de Cartas Anônimas - Ah Caio! sempre traduzindo em palavras sentimentos intradúziveis

4 comentários:

Verônica disse...

Caio F. é simplesmente Caio F.
amo os textos dele e este é um dos meus prediletos.

bju

luciana kotaka disse...

Lindo amiga, adorei! Não o conhecia, confesso, mas achei bem interessante. Mil beijocas

Unknown disse...

Que lindo amiga, lindo mesmo...afinal estou grávida e sabe como é né?Sentimental demais :D

Olha tem um sorteio no meu blog participa lá:D

Beijão!

Purple Petunias disse...

Obrigada pelo comentário no meu blogue e por me seguires. :)
Volta sempre que quiseres. :)

Beijinho da Purple*